Espelho, espelho meu - Cabeça de Criança

Espelho, espelho meu

Kona Gallagher



Você já colocou seu bebê em frente a um espelho? Essa é uma brincadeira muito simples e que as crianças pequenas costumam curtir bastante.

Existe um “teste do espelho”, que consiste em pintar um ponto vermelho na testa ou nariz do bebê, grande o suficiente para que ele possa enxergá-lo com facilidade, e colocá-lo em frente a um espelho. Se a criança tentar tocar o reflexo, significa que ele não entende que a imagem é dele próprio. Mas se ela tentar limpar ou tocar a mancha no próprio rosto, é porque ela já tem consciência da sua imagem.

Esse teste deriva de uma pesquisa realizada em 1972 na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e é considerado o melhor método de avaliar a capacidade de autopercepção de um bebê. O estudo, aplicado a 88 bebês entre 6 meses e dois anos, revelou que:

– Entre seis e 12 meses a o bebê se comporta como se a criança refletida no espelho fosse outra. Eles sorriem e fazem sons para o “amigo”.

– Entre 13 e 24 meses alguns bebês continuam interagindo com a imagem, enquanto outros podem mostrar-se cautelosos. A criança começa a se reconhecer no espelho.

– Entre 20 e 24 meses o bebê se reconhece claramente e entende que a mancha vermelha está na própria face.

Porém os cientistas ainda não sabem exatamente se esse reconhecimento é uma simples percepção física e visual ou se é também mental. Ou seja, o bebê pode saber como é sua própria aparência, mas não necessariamente já desenvolveu um autoconceito a respeito de si mesmo.

Meus filhos de quase 15 meses gostam de olhar seus reflexos. Principalmente a menina, Manuela, que acena para a própria imagem, dá gritinhos, bate no espelho e até dá “beijinhos”. Fiz esse teste da mancha com eles e nenhum deles tocou a própria testa. Será que Manu pensa que tem uma amiguinha do outro lado do espelho?

Fonte: Jeremy Dean, psicólogo e autor do site PsyBlog e do livro “Making Habits, Breaking Habits: Why We Do Things, Why We Don’t, and How to Make Any Change Stick” (“Criando Hábitos, Quebrando Hábitos: Por Que Fazemos as Coisas, Por Que Não Fazemos e Como Fazer Mudanças”), sem versão em português.

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